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sábado, 4 de dezembro de 2010

Fim do método UEPS nos EUA

Escondida na página 29 do relatório congressista norte-americano desta quarta-feira (01.12.10) estava a proposta para eliminar o UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair), ou LIFO, na mensuração do custo dos estoques vendidos. Através do método UEPS, as empresas assumem que os produtos que eles vendem foram os últimos adquiridos. Quando os preços estão subindo, isso significa que o custo dos produtos vendidos é maior, reduzindo os lucros declarados e, consequentemente, os impostos pagos sobre eles. Aí reside a razão da proposta de extinção do UEPS.

O impacto potencial pode ser significativo. Tomemos a Exxon Mobil, Chevron e ConocoPhillips, as três principais companhias de petróleo dos EUA. Elas tinham uma reserva de UEPS total de 28,3 bilhões dólares no final de 2009. Em teoria, a abolição deste método de mensuração de CMV resultaria em uma dívida fiscal de cerca de US$ 10 bilhões.

Além destas grandes empresas de óleo, um inquérito realizado em 2008 pelo American Institute of Certified Public Accountants identificou que 36% das empresas dos EUA usam o UEPS em pelo menos alguns de seus estoques.

Dr. Charles Mulford da Georgia Tech College of Management, diz que, apesar da utilização do UEPS ser "muitas vezes apontada como um artifício fiscal", ela também oferece um quadro mais preciso dos lucros, alinhando os custos com as receitas.

Há um outro quesito em potencial. O método UEPS é adequado aos períodos de inflação. Quando os preços estão caindo, as empresas que utilizam este método realmente devem pagar mais impostos, já que como os seus custos dos produtos vendidos diminuem, os seus lucros aumentam.


Fonte: The Wall Street Journal (tradução livre do artigo "Fight for Your LIFO")

Nota Blogabilidade:

Levando em consideração a atual conjuntura econômica pela qual o governo norte-americano está passando, é bem provável que esta proposta seja aprovada. Só será barrada se os lobbistas (por sinal, essa é uma profissão regulamentada nos EUA) das empresas de petróleo forem muito eficientes na defesa de seus interesses.

Ressalto que o método UEPS é proibido na contabilidade brasileira e no padrão IFRS.

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