Google - Contabilidade

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Americanos planejam criar normas contábeis distintas para as companhias fechadas

Abaixo, seguem os principais pontos do artigo publicado pela revista americana CFO Magazine - "One Step Closer to Little GAAP?":

Uma comissão formada por financistas norte-americanos recomendou que seja elaborado um novo conjunto de normativos contábeis voltado para as empresas privadas fechadas americanas, baseado nos princípios contábeis norte-americanos. A comissão também recomendou que um órgão privado seja criado para elaborar os normativos, independente do FASB, órgão que elabora e revisa o USGAAP.

Os detalhes de como as normas serão desenvolvidas - e como o FASB e sua organização relacionada, o Financial Accounting Foundation (FAF), estarão envolvidos no processo - serão apresentados em um relatório a ser emitido este mês, disse o presidente da comissão Rick Anderson, presidente e CEO da empresa de contabilidade americana Moss Adams, durant a quarta e última reunião pública da comissão. O produto final, apelidado como "Little GAAP" (tradução, "Pequeno GAAP"), será uma versão mais simplificada do conjunto completo do USGAAP, exigindo divulgações e mensurações menos detalhadas de alguns ativos e passivos.

A comissão foi estabelecida em Dezembro de 2009 pelos órgãos contábeis americanos Financial Accounting Foundation, American Institute of Certified Public Accountants e National Association os State Board of Accountancy, para explorar a necessidade de normas contábeis distintas para as companhias fechadas. A maioria dos membros da comissão se mostram favoráveis à criação de um conjunto separado de normas, regido por um conselho independente, enquanto que outros membros defendem a criação de normas distintas e a reconstituição do FASB, incluindo mais representatividade das companhias fechadas neste órgão.

O principal argumento para a emissão de uma remodelada versão de normas para as companhias fechadas é o de tornar relevante as regras contábeis para essas entidades extirpando desnecessários requisitos de mensuração e evidenciações de outros tipos de transação. Em particular, os defensores afirmam que as regras complexas para a medição do valor justo de ativos e passivos devem ser aparadas. "O valor justo é o elefante na sala", brincou Judith O'Dell, participante da comissão e presidente do FASB's Private Company Financial Reporting Comittee.

Por muitos anos, analistas e auditores das demonstrações contábeis de companhias fechadas têm procurado um conjunto de normas específicas para estes tipos de entidade, insistindo que o conjunto completo de regras USGAAP é muito complexo e, portanto, caro e complicado para que estas entidades possam aplicá-lo. Embora estas companhias não sejam obrigadas a confeccionarem suas demonstrações seguindo o padrão "full", muitas o têm feito, a pedido dos investidores e credores, que se sentem mais "confortáveis" em analisar demonstrações no padrão completo. Outras empresas fechadas utilizam o padrão completo porque têm a intenção de abrirem o capital e, assim, seriam obrigadas a elaborar as demonstrações no modelo "full".

No entanto, os membros da comissão do "Little GAAP" afirmam que os investidores e credores das companhias fechadas não precisam do mesmo nível de detalhamento que a Securities and Exchange Comission, a "CVM americana", requer das companhias abertas. Se estes usuários precisarem de mais informações, eles irão solicitar as empresas, observou Anderson.

Além do mais, algumas vezes os investidores e credores de companhias fechadas solicitam dados que não são informados pelo modelo "full" do USGAAP, comentou o membro da comissão Dev Strischek, ex-diretor financeiro e atual diretor sênior de política de crédito do SunTrust Banks. Strischek disse que, como credor, por exemplo, ele quer saber se uma empresa tem fluxo de caixa suficiente para a liquidação da dívida, e muitas vezes pede a discriminação dos estoques e das contas a receber para verificar as entradas.

Steve Feilmeier, CFO da Koch Industries, usa o "full" USGAAP para relatar os resultados de sua empresa, mas não acha que este modelo será sempre adequado para empresas privadas de capital fechado. A Koch Industries é uma das maiores companhias fechadas dos EUA, com mais de US$ 100 bilhões em receitas. O último relatório anual da empresa contém cerca de 200 páginas em divulgações, o que provavelmente poderia ter sido reduzido para cerca de "10 páginas e ainda seriam mais significativos para os usuários" se o "Little GAAP" estivesse em prática, disse Feilmeier. Ele acrescentou que, apesar da Koch poder absorver os custos impostos para a adequação ao modelo completo do USGAAP, "as pequenas empresas não podem".

Para Bill Knese, membro da comissão do Little GAAP, apesar de ter votado a favor a criação de um modelo distinto para as companhias fechadas, ele reconhece que dois tipos de normativos contábeis "poderia causar confusão no mercado". Mas, acrescentou, "como uma preocupação prática, eu reconheço a necessidade de algumas mudanças para as companhias fechadas".

Fonte: Artigo "One Step Closer to Little GAAP", da CFO Magazine.


Nota Blogabilidade:

Vejo a criação do Little GAAP como uma mudança necessária visando a simplificação dos informes finaceiros das companhias fechadas. Porém sinto que isto representa mais um obstáculo ao processo de uniformização do padrão USGAAP ao padrão IFRS.

Afirmo isso pelo fato de que já existe um modelo de IFRS adequado para as Pequenas e Médias Empresas (IFRS for SME's) e este poderia ser tranquilamente utilizado pelas companhias fechadas americanas.

Se as entidades dos EUA buscam um modelo diferente, como ficaria a utilização do IFRS PME no mercado americano? Não seria utilizado? Ou seria um terceiro modelo, complicado ainda mais a evidenciação contábil?

Lembro que os americanos possuem um histórico de considerar sempre o seu o "melhor"....

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por favor informe seu nome ou apelido!

A equipe do Blogabilidade agradece.