A postura assertiva na hora de fechar as contas
A publicação de balanços contábeis sob as novas regras do IFRS tem exigido das empresas uma maior abertura em relação às suas práticas de transparência. Os padrões internacionais, que já são obrigatórios para as grandes empresas no Brasil, em breve farão parte da realidade das micro, pequenas e médias empresas. Estas terão que adequar-se a esta nova estrutura contábil a partir de janeiro de 2011, tendo a necessidade e obrigação de maiores critérios quando da escolha do profissional capacitado. O novo cenário exigirá uma nova visão gerencial por parte dos contadores, como fonte de transparência de seu negócio, ou ainda a capacidade de atrair investimentos. Um exemplo de que o assunto tem ganhado terreno são as ferramentas de prestação de contas públicas, em que os administradores da esfera governamental são instigados a publicar os números de seus feitos no governo. Outra vantagem é que, ao perceber maior transparência por parte das empresas brasileiras, o mercado internacional de investidores sente-se atraído, uma vez que as demonstrações financeiras uniformes geram mais credibilidade. Estudioso do assunto da transparência, o mestre em Sistemas de Gestão e sócio-gerente da Núcleo Ético Cid Alledi Filho, fala sobre a ética nos negócios.
O que é indispensável para difundir e manter a ética presente nos negócios?
Cid Alledi Filho - Primeiro temos que entender que a ética não é um produto final ou um ponto de chegada, é um processo contínuo, é algo que se almeja para um bem-estar coletivo. Temos que lembrar que estamos numa evolução: há alguns anos estávamos nas cavernas e recentemente chegamos à Lua. Nós ainda não estamos no "estado da arte" do desenvolvimento humano - nem como indivíduo, nem como espécie, nem como sociedade. A cada dia, aprendemos e os negócios, fruto das ações humanas, incorporam as buscas e as incertezas dos homens e mulheres. Em algum momento se achou normal a existência de escravos. Hoje, boa parte das pessoas que lidam com os negócios acha que caixa-2, propina aos fiscais e caixinha para os políticos são coisas do dia a dia. Para esta situação mudar, o indispensável é dialogar, é nesse momento que expomos mutuamente as nossas ideias e checamos o que já evoluiu, o que não é mais aceito, o queremos para o nosso futuro e o que já podemos colocar em prática imediatamente. Um bom código de ética, realizado de forma participativa e revisto com periodicidade, pode ser a melhor forma para propiciar este diálogo.
Que fatores têm influenciado as empresas a priorizar o valor da transparência na publicação de seus balanços e relatórios?
Alledi Filho - Há uns 20 ou 30 anos, o cenário do mundo dos negócios era como o de uma organização, onde se escolhia alguns poucos públicos com os quais ela gostaria de se relacionar. Hoje a situação mudou: o cenário se parece mais como uma grande teia com pontos inter-relacionados em que a organização é um deles e os diversos públicos estão conectados a ela direta ou indiretamente, mesmo contra a sua vontade. De acordo com John Elkington, criador do termo triple bottom line, vivemos hoje o "Mundo CNN". É o imperativo da transparência em ação, em que cada vez mais as organizações serão vistas ou expostas. Saber trabalhar este novo cenário, baseado na transparência e no inter-relacionamento, será fundamental para o sucesso das organizações.
Quais os riscos e desafios de trabalhar com transparência em pleno boom da tecnologia da informação e das redes sociais?
Alledi Filho - A transparência não é algo que se controle e este é o maior risco e o maior desafio dos nossos tempos. Por um motivo simples: estamos acostumados com ditados populares como "o segredo é a alma do negócio" ou ainda "fulano não vale nada, mas é excelente profissional". As coisas mudaram e Zeca Baleiro captou muito bem isso no último CD quando ele diz que "a alma é o segredo do negócio". As organizações necessitam do controle, porém sociedade e ambiente não se controla. Eles interagem com a organização. E existe cada dia menos tapetes para se varrer para baixo ações que deveriam ser guardadas a sete chaves. A transparência exige propósito de ação e pessoas éticas ligadas à organização.
Quando uma empresa trabalha com abertura e divulgação de seus dados, pode-se dizer que o papel principal é do contador, dos administradores da empresa ou deve ser um esforço coletivo?
Alledi Filho - O contador hoje é um grande maestro. São tantas as informações necessárias para se publicar um balanço - especialmente um balanço de sustentabilidade, que envolve dados das dimensões econômico-financeira, social e ambiental - que é impossível dizer que uma área ou uma pessoa é a responsável por tudo. O balanço será confiável se a organização trabalhar como um todo e, principalmente, se vier trabalhando rotineiramente na coleta e armazenamento de dados.
Fonte: Fenacon
O que é indispensável para difundir e manter a ética presente nos negócios?
Cid Alledi Filho - Primeiro temos que entender que a ética não é um produto final ou um ponto de chegada, é um processo contínuo, é algo que se almeja para um bem-estar coletivo. Temos que lembrar que estamos numa evolução: há alguns anos estávamos nas cavernas e recentemente chegamos à Lua. Nós ainda não estamos no "estado da arte" do desenvolvimento humano - nem como indivíduo, nem como espécie, nem como sociedade. A cada dia, aprendemos e os negócios, fruto das ações humanas, incorporam as buscas e as incertezas dos homens e mulheres. Em algum momento se achou normal a existência de escravos. Hoje, boa parte das pessoas que lidam com os negócios acha que caixa-2, propina aos fiscais e caixinha para os políticos são coisas do dia a dia. Para esta situação mudar, o indispensável é dialogar, é nesse momento que expomos mutuamente as nossas ideias e checamos o que já evoluiu, o que não é mais aceito, o queremos para o nosso futuro e o que já podemos colocar em prática imediatamente. Um bom código de ética, realizado de forma participativa e revisto com periodicidade, pode ser a melhor forma para propiciar este diálogo.
Que fatores têm influenciado as empresas a priorizar o valor da transparência na publicação de seus balanços e relatórios?
Alledi Filho - Há uns 20 ou 30 anos, o cenário do mundo dos negócios era como o de uma organização, onde se escolhia alguns poucos públicos com os quais ela gostaria de se relacionar. Hoje a situação mudou: o cenário se parece mais como uma grande teia com pontos inter-relacionados em que a organização é um deles e os diversos públicos estão conectados a ela direta ou indiretamente, mesmo contra a sua vontade. De acordo com John Elkington, criador do termo triple bottom line, vivemos hoje o "Mundo CNN". É o imperativo da transparência em ação, em que cada vez mais as organizações serão vistas ou expostas. Saber trabalhar este novo cenário, baseado na transparência e no inter-relacionamento, será fundamental para o sucesso das organizações.
Quais os riscos e desafios de trabalhar com transparência em pleno boom da tecnologia da informação e das redes sociais?
Alledi Filho - A transparência não é algo que se controle e este é o maior risco e o maior desafio dos nossos tempos. Por um motivo simples: estamos acostumados com ditados populares como "o segredo é a alma do negócio" ou ainda "fulano não vale nada, mas é excelente profissional". As coisas mudaram e Zeca Baleiro captou muito bem isso no último CD quando ele diz que "a alma é o segredo do negócio". As organizações necessitam do controle, porém sociedade e ambiente não se controla. Eles interagem com a organização. E existe cada dia menos tapetes para se varrer para baixo ações que deveriam ser guardadas a sete chaves. A transparência exige propósito de ação e pessoas éticas ligadas à organização.
Quando uma empresa trabalha com abertura e divulgação de seus dados, pode-se dizer que o papel principal é do contador, dos administradores da empresa ou deve ser um esforço coletivo?
Alledi Filho - O contador hoje é um grande maestro. São tantas as informações necessárias para se publicar um balanço - especialmente um balanço de sustentabilidade, que envolve dados das dimensões econômico-financeira, social e ambiental - que é impossível dizer que uma área ou uma pessoa é a responsável por tudo. O balanço será confiável se a organização trabalhar como um todo e, principalmente, se vier trabalhando rotineiramente na coleta e armazenamento de dados.
Fonte: Fenacon
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