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quinta-feira, 4 de março de 2010

Princípio 80/20

Olá amigos do Blogabilidade,

Em uma conversa recente com um amigo contador, escutei pela primeira vez sobre o princípio 80/20 e resolvi pesquisar um pouco sobre o assunto. Encontrei então neste princípio uma grande realidade que claramente evidencia a ligação entre esforco e qualidade, conforme texto.

Quem nunca ouviu falar da lei do menor esforço, deturpada pela cultura popular como sinônimo de preguiça e má-vontade para o trabalho? A lei baseia-se na verdade no Princípio 80/20, descoberto em 1897 pelo economista italiano Vilfredo Pareto (1848-1923), segundo o qual 80% do que uma pessoa realiza no trabalho vêm de 20% do tempo gasto nesta realização. Logo, 80% do esforço consumido para todas as finalidades práticas são irrelevantes. Uma constatação surpreendente!

No século XIX, Pareto comprovou que a maioria da renda e das riquezas ia para uma minoria de pessoas. Havia portanto uma forte relação matemática entre a proporção de pessoas e a renda recebida por este grupo. Se 20% recebiam 80% da riqueza, podia-se prever que 10% teriam 65% da riqueza e 5% ficariam com 50%.

Mais tarde, em 1949, o professor de filologia de Harvard George K. Zipf descobriu o popular Princípio do menor esforço, segundo o qual as pessoas tendiam a minimizar seustrabalhos de modo que 20% ou 30% de quaisquer recursos responderiam por 70% ou 80% do resultado. Zipf usou estatísticas populacionais, livros de filologia e comportamentos industriais para mostrar a recorrência constante desse padrão de desequilíbrio. Na verdade, Zipf reelaborou o princípio descoberto por Pareto.

É este caminho das sucessivas reinterpretações do princípio de Pareto que o autor Richard Koch percorre em O princípio 80/20. Ele relaciona todos os pesquisadores que reafirmaram ao longo do século XX a sua importância e critica a expectativa existente na vida cotidiana e na economia de equilíbrio entre causas e resultados.

Koch ensina como o Princípio 80/20 pode ser muito mais produtivo. Por exemplo, se o empresário constata que apenas 20% dos clientes garantem 80% do lucro de sua empresa, para que manter os outros 80% de clientes pouco lucrativos? Para o autor, compreender o Princípio 80/20 é conquistar um amplo poder de discernimento do que ocorre à sua volta. O Princípio 80/20 pode ainda melhorar a vida cotidiana de todas as pessoas, de cada governo, que aumentaria os benefícios para seus cidadãos, enquanto as organizações sem fins lucrativos poderiam se tornar ainda mais úteis. Tudo isso com idêntico esforço. Os recursos com efeitos escassos simplesmente não devem ser mais usados ou reduzidos e é por isso que o Princípio 80/20 é a base do programa Total Quality Control, utilizado em empresas de todo o mundo.

O princípio atua ainda no campo psíquico, ajudando a melhorar a auto-estima das pessoas. Koch constata que o investimento aumenta a riqueza pessoal e não a renda, logo todos devem investir, ainda que pequena parte de sua renda. O princípio 80/20 é portanto uma receita política, econômica e de felicidade pessoal.

Sobre o autor

Richard Koch é um bem-sucedido empresário, investidor e consultor de estratégias, que baseia seu próprio sucesso no Princípio 80/20. Ele tem auxiliado empresas muito lucrativas nos ramos de consultoria, hotelaria e restaurantes. É autor e co-autor de oito livros, entre os quais Gerenciar sem gerência, publicado pela Rocco.

Aplicacão Empresarial

Obviamente que a relação entre causas e efeitos não é exatamente 80/20, mas algo próximo desta proporção. A relação 80/20 é apenas um referencial. O que mais surpreendeu, na pesquisa de Vilfredo Pareto, é que o desequilíbrio representado pelo princípio 80/20 pode ser observado em diversas outras relações causas/efeitos do dia-a-dia.

Uma vez aceitando como verdadeiro o princípio 80/20, como podemos usá-lo na nossa empresa, na nossa carreira e na nossa vida pessoal? Podemos resumir esta resposta na seguinte frase: "Identificar os 20% de esforços/ações que são responsáveis pela geração de 80% dos resultados e nos concentrarmos neles, procurando melhorá-los e aperfeiçoá-los cada dia mais.

Um exemplo muito interessante de aplicação do princípio 80/20 vem da IBM, empresa americana da área de computação. A IBM descobriu, em 1963, que 80% dos recursos de um computador são gastos executando 20% das instruções do Sistema Operacional. O que a IBM fez? A IBM concentrou a sua equipe de programadores na melhoria e aperfeiçoamento das instruções mais utilizadas, com o objetivo de torná-las mais rápidas e eficientes. Com isso o Sistema Operacional melhorou consideravelmente (Julio Battisti, http://www.juliobattisti.com.br).

Um comentário:

  1. Anônimo3/04/2010

    É isso aí amigo! Gostei da pesquisa. Parece que nossa conversa serviu para alguma coisa. Abraço, Ricardo

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