Porém, o que é valor justo? Segundo normativos, CPC’s (pronunciamentos técnicos) e Normas internacionais, é aquele que se pode obter em um mercado ativo, decorrente de transação não-compulsória realizada entre partes independentes. Na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro, podemos utilizar o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares; ou o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros.
Segundo a regra, os ativos e passivos deveriam ser avaliados, com a demonstração de seus valores justos de mercado. Entretanto, como podemos fazer apuração de valor justo da carteira e clientes e/ou de fornecedores? Qual o valor de mercado para isso? Utilizaremos taxa de desconto? Usaremos a taxa Selic e/ou a de 12% constante na Constituição? Métodos estatísticos e matemáticos?
Sempre devemos recordar que a contabilidade necessita de fatos e evidências para apuração de números contábeis capazes de gerar resultados, sejam positivos ou negativos. Afinal, em algum momento, alguém necessita validar tais resultados, mas se não temos confiança na metodologia aplicada, não seria bem melhor nada fazer? Quando necessitamos explicar muito algum resultado, gerando dúvidas de quem valida, precisamos repensar o procedimento.
A norma internacional evidencia a contabilidade através da essência, mas são necessárias comprovação e veracidade dos resultados. Não pode ser pelo “cheiro” de um número que contabilizaremos. Neste processo, encontra-se o risco do conceito do valor justo. O IFRS 9 enfatiza duas formas de categoria de instrumentos financeiros: poderão ser registrados pelo custo amortizado; e pelo valor justo ou comumente conhecido como valor de mercado. As variações de preços das duas categorias terão como contrapartida o resultado de exercício, deixando de existir o impacto no patrimônio líquido. O que determinará a classificação do ativo em um grupo ou outro é o modelo de gerenciamento do negócio.
Agora, quando falamos de derivativos, a obtenção de valor justo é mais simplificada do que de outros ativos e passivos. Portanto, a gestão desse resultado e das demonstrações dependerá da gestão e do conhecimento do negócio.
Autor: Marcos Assi, mestrando pela PUC, bacharel em Ciências Contábeis pela FMU e com pós-graduação em Auditoria Interna e Pericia pela Fecap, Marcos Assi é também auditor, contador e controller.
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