Auditoria de rombo do Carrefour é a mesma do PanAmericano
Folha de S. Paulo
MARIANA BARBOSA
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
A auditoria nas contas do Carrefour Brasil detectou um rombo contábil de R$ 1,2 bilhão. O valor é o triplo do que foi reconhecido em outubro pela matriz francesa, de R$ 400 milhões.
Em julho, a revelação de irregularidades nas contas da rede varejista no Brasil provocou a saída do então presidente, Jean Marc Pueyo, e de toda a diretoria.
Também provocou o rompimento do contrato com a auditoria Deloitte, a mesma envolvida no escândalo do banco PanAmericano.
A Deloitte foi responsável por auditar as contas do Carrefour nos cincos anos até 2009. Auditou, portanto, as contas de toda a gestão de Pueyo, que assumiu o cargo em 2006.
O prejuízo total da empresa foi revelado após a conclusão das auditorias interna e externa realizadas pela KPMG, contratada após a demissão de Pueyo.
Em entrevista a analistas ontem na França, o presidente mundial do Carrefour, Lars Olofsson, afirmou que o valor se refere a problemas apurados "nos últimos cinco anos ou mais".
Em nota, o Carrefour diz que as perdas, que serão incorporadas como despesas não recorrentes em 2010, envolvem itens como ajustes de depreciação e provisões ligadas a litígios trabalhistas.
A Folha apurou que a maquiagem no balanço da rede varejista decorre de uma prática considerada comum no varejo brasileiro no passado, mas que não combina com as regras de governança.
Trata-se de descontar, das despesas, bonificações negociadas com a indústria na compra de produtos. Mas nem sempre os descontos se materializam, e o balanço registra como despesa um valor inferior ao gasto.
A mesma prática teria provocado a saída do presidente do Walmart Brasil, Hector Nuñez, também neste ano.
Procurada, a Deloitte nega irregularidades nas contas do Carrefour. "Se o problema fosse relativo a anos passados, eles não seriam contabilizados em 2010, mas seria necessário refazer os balanços anteriores", diz Maurício Resende, sócio da auditoria.
Ele diz que tanto a Deloitte quanto a KPMG auditam contas do Carrefour globalmente e que sua substituição pela KPMG no país faz parte um rodízio determinado pelo cliente.
O Carrefour ressalta que há investigações em curso "que permitirão determinar a existência de possíveis responsabilidades". Essa apuração, de acordo com a companhia, deverá ser concluída até o fim do ano.
Apesar das perdas, Olofsson declarou que o Brasil é prioritário e que os planos de expansão estão mantidos. Fonte: CFC
Nota Blogabilidade:
É amigos blogabilistas, parece que já está virando rotina lermos as paginas de negócios e encontrarmos escândalos envolvendo empresas de auditoria. Esperamos que em 2011 muito seja feito em relação a esta área da contabilidade, pois que confiança teremos nestes trabalhos de auditoria que custam preços elevados para a empresa.
E como fica os investidores, um dos financiadores destas empresas? Qual a credibilidade que nós contadores teremos com tantas notícias desagregadoras contra a nossa classe. Vamos cobrar mais das autoridades responsáveis por regular as empresas de auditoria !!
Senhor responsáveil pelo blog... esse negócio de "rombo no carrefour" é uma bobeira... Se você procurar na internet, vai encontrar uma matéria no site do Globo que fala sobre o que se refere esses R$ 1,2 bilhão. Nada mais é do que o impacto do aumento dos encargos nas operações do Brasil, que o carrefour decidiu lançar como um item extraordinário nas operações de 2010. Não existe rombo... referem-se a despesas legítimas de 2010. Porque tanto desespero em culpar as empresas de auditoria? Isso é falta de conhecimento... ou será intencional??
ResponderExcluirCaro amigo blogabilista,
ResponderExcluirObrigado por deixar o seu comentário ele é fundamental para a criação de idéias e opiniões, e concordo em parte com o vosso ponto de vista, mas temos que analisar as notícias como um todo, a presente notícia sobre o rombo no Carrefour, intitulada como “bobeira” anteriormente pelo anônimo, realmente pode até ser uma especulação para causar algum tipo de impacto nas empresas de auditoria, porém a notícia não é una e devemos analisar o cenário atual do segmento de auditoria. Listarei alguns casos envolvendo empresas deste segmento:
O Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas (PCAOB, na sigla em inglês) divulgou ontem um relatório em que diz ter identificado "deficiências de auditoria" em um dos trabalhos realizados pela PricewaterhouseCoopers (PwC) no Brasil (...) Essa é a quarta inspeção do regulador americano de contabilidade em firmas que atuam no país que vem a público este ano. Antes, saíram relatórios sobre Deloitte, BDO e Ernst & Young, todos com algum tipo de "deficiência". Por: Nelson Niero, De São Paulo
19/11/2010
Maior empresa do setor no mundo, Deloitte não conferia em que condições o banco tinhavendido carteiras de crédito. Prazo legal para o envio do demonstrativo financeiro do terceiro trimestre acabou à meia-noite de ontem. Fonte: Folha de S. Paulo
Com relação aos diversos erros nas auditorias, a CVM já apontavam alguns considerados mais comuns. Autarquia citou problemas mais comuns nas demonstrações contábeis e deu direcionamento para melhores práticas da atividade. Fonte: Financial Web (o8.09.2009)
Mais recentemente, a Deloitte também olhava os números da Aracruz, empresa de celulose que perdeu R$ 1,95 bilhão em operações com derivativos cambiais em 2008. A Deloitte tinha de garantir que as informações prestadas pelo banco fossem consistentes, mas não foi a única empresa a esquadrinhar os números do PanAmericano. Fonte: Isto é Dinheiro - nov 2010 - Por Cláudio Gradilone
O Banco do Brasil conseguiu reduzir em 99,5% o preço da auditoria externa das demonstrações financeiras para 2011, mas provocou uma grita geral entre os profissionais do setor de contabilidade.
Num pregão eletrônico realizado na sexta-feira, a KPMG, atual auditoria do banco, saiu vencedora com um lance de R$ 95 mil. Sua proposta inicial foi de R$ 19,6 milhões. Fonte: Valor Econômico (05/11)
Portanto caro amigo blogabilista, lendo estas notícias sabe-se o porquê de tanto amedrontamento e especulação em volta das empresas de auditoria, acredito que as “bobeiras” tenham sido cometidas por elas próprias, em pequenas passagens de sua caminhada no setor contábil, porém devemos continuar prezando pela qualidade dos serviços prestados por elas e não permitir que sejam cometidas as “bobeiras” que vimos durante este ano de 2010.
Att.
Renan Toledo
Caro Renan,
ResponderExcluirTodas estas notícias que você nos disponibilizou realmente foram veiculadas. Mas, como contabilistas, não podemos deixar de perceber que muitas, se não todas, pecam por não fornecer um panorama mais amplo sobre os problemas contábeis.
A visão transmitida por estas notícias é a visão de um leigo em contabilidade. Não faz sentido dizer que a perda da Aracruz com derivativos é culpa da auditoria, ou da administração da companhia. Os derivativos são recursos utilizados por muitas empresas hoje em dia. Existem empresas que utilizam derivativos para se proteger contra os efeitos das variações cambiais e outras somente em caráter expeculativo, tentando ganhar algum dinheiro com a flutuação do câmbio. Tanto uma quanto outra operação, estão sujeitas a perdas caso a flutuação do câmbio seja contrária ao esperado. O caso da Aracruz poderia ter sido diferente, poderia ter ocorrido um ganho com os derivativos, mas o cenário global com a crise de 2008/2009 fez com que a referida empresa tomasse o "maior pau" com esses derivativos.
Não é culpa da auditoria. Estava tudo registrado no balanço... Talvez seja da administração... que também não tem muito o que fazer quando o mercado vai pra cima e pra baixo numa montanha-russa.
A visão transmitida pelas reportagens que tenho visto ultimamente é uma visão parcial, tendenciosa e sensacionalista. Fico indignado, como contabilista, ao ler as bobagens que alguns repórteres escrevem, principalmente da "Isto é Dinheiro". Prefiro acreditar que é falta de conhecimento contábil... caso contrário, estamos realmente vendidos nesse Brasil... não podemos mais acreditar na midia...
Como contabilistas que somos, devemos buscar uma informação que transmita justiça. Se foi erro da auditoria, ok. Se for erro da administração, ok. O que me constrange é esse ataque nitidamente injusto da imprensa às empresas e pessoas (que as vezes são sitadas)...
Amigo Blogababilista,
ResponderExcluirTambém fico magoado com as notícias que venham a denegrir de qualquer forma a imagem do contabilista, no entanto acredito que as notícias referentes às auditorias destas empresas tenham um fundo de verdade e não podemos fechar os olhos para os fatos que estão sendo noticiados, com certeza prejudicando o mercado de ações e, por conseguinte o investidor, que analisou as contas da empresa a qual resolveu aplicar o seu dinheiro.
Segue matéria postada no blog do Professor Dr.César Tibúrcio da UNB
Em setembro de 2009 circulou a notícia de que o Carrefour pretendia abandonar suas operações no Brasil e na China.
Em maio de 2010 a empresa contrata a KPMG, em lugar da Deloitte, e começa a fazer uma mudança na direção da empresa, demitindo alguns executivos. Em outubro, a notícia de que existiam problemas contábeis na empresa chega ao mercado, com estimativas de 180 milhões de euros.
Agora, nos principais jornais econômicos do Brasil, a questão da contabilidade do supermercado é novamente notícia. O valor do rombo foi aumentado para 1,2 bilhão, com a conclusão das auditorias realizadas pela KPMG.
Em nota, o Carrefour diz que as perdas, que serão incorporadas como despesas não recorrentes em 2010, envolvem itens como ajustes de depreciação e provisões ligadas a litígios trabalhistas.
A Folha apurou que a maquiagem no balanço da rede varejista decorre de uma prática considerada comum no varejo brasileiro no passado, mas que não combina com as regras de governança.
Trata-se de descontar, das despesas, bonificações negociadas com a indústria na compra de produtos. Mas nem sempre os descontos se materializam, e o balanço registra como despesa um valor inferior ao gasto.
A mesma prática teria provocado a saída do presidente do Walmart Brasil, Hector Nuñez, também neste ano. (Fonte: aqui)
A responsabilidade da administração foi afirmada ontem:
"O que aconteceu no Brasil foi claramente um mau funcionamento", afirmou o executivo-chefe do Carrefour, Lars Olofsson, durante teleconferência com analistas e investidores, segundo a agência Dow Jones. "Estamos determinados a fazer o que for preciso para chegarmos ao fundo do que eu classifiquei como má administração." Segundo ele, os valores resultaram de problemas acumulados ao longo dos últimos cinco anos. (Fonte: aqui )
O resultado foi a queda das ações. Mas o mercado não sabia dos problemas do Carrefour? Provavelmente sabia, mas a revisão da estimativa inicial pode ter confundido mais os analistas:
"Isso de novo piora a confiança do mercado sobre a ação, depois da comunicação ruim desde meados de outubro. O grupo perdeu sua credibilidade em termos de estimativas e em termos de controles internos", disseram analistas do Exane BNP Paribas em nota.
Ou ainda:
"Este último alerta de lucro reforça o ceticismo sobre as metas financeiras de longo prazo do Carrefour, especialmente uma vez que em um ambiente cada vez mais competitivo na França torna mais difícil para a empresa reter os benefícios de suas iniciativas de corte de custo", disse o analista Chris Hogbin, do Bernstein. (Fonte: aqui)
Link do Blog: http://contabilidadefinanceira.blogspot.com/2010/12/carrefour.html
Novamente agradeço a difusão de idéias e opiniões.
Att.
Renan Toledo
Caro blogabilista gostei muito da sua importante opinião, isso faz com que os profissionais procurem sempre está atualizados para poder discutir alguns assuntos que tenha grande impacto empresarial.
ResponderExcluirRenan... por favor, qual a sua opinião sobre a questão dos derivativos da Aracruz?
ResponderExcluirblogabilista,
ResponderExcluirÉ correto afirmar que muitas companhias que lançam ações na bolsa de valores trabalham com operações de derivativos, e que a volatilidade deste mercado é altíssima, todas estas afirmativas que o caro blogabilista evidenciou são verídicas. Acredito também que as operações com derivativos sejam difíceis de mensurar ou de prever seus resultados, mas é importante observar que o papel da auditoria é testar e atestar as informações e transações operadas pela companhia.
Para comprovar tal fato, busquei informações diretamente do site da ARACRUZ, onde encontrei algumas notícias interessantes e importantes para concluir o meu ponto de vista sobre a responsabilidade das auditorias no caso ARACRUZ. Citarei algumas observações:
“Em 2003, a empresa completou a implementação de um projeto focado na proteção preventiva de seus negócios para redução de risco de perdas. Esse projeto foi desenvolvido em parceria com a FM Global, uma das maiores seguradoras de risco industrial, o que resultou na certificação como empresa HPR (Risco Altamente Protegido)”.Fonte: Site da Aracruz
Como descrito no site, no entanto 5 anos após a certificação, o que me faz concluir que a empresa encontrava-se ainda mais madura em relação as suas operações financeiras, mas mesmo assim se expos a magnitude dos riscos encontrados no mercado de ações no ano de 2008.
“A Companhia pratica uma política eficiente de gestão de risco de crédito que tem resultado em perdas imateriais nos últimos dez anos.”
Será que uma perda de 1,2 Bilhões é realmente imaterial, ou estão esquecidos dos eventos que abalaram as ações da empresa no ano de 2008, reduzindo o preço em 16%
Veremos a seguir, notícia do próprio site:
“Os acionistas aprovaram a proposição de ação, em virtude dos "prejuízos causados à companhia pela celebração de operações com derivativos acima dos limites previstos na Política Financeira". A decisão foi tomada após apresentação dos relatórios entregues ao Conselho de Administração, que embasaram a convocação da assembléia. A administração da empresa irá agora avaliar com advogados especializados a forma adequada para a proposição da ação.”
“Auditorias de recertificação são concluídas
Foram finalizadas as auditorias externas de recertificação dos Sistemas de Gestão nas normas ISO 9001 (qualidade), ISO 14001 (meio ambiente), Cerflor (manejo florestal) e Cadeia de Custódia (rastreabilidade da matéria-prima e do produto final) nas Unidades Barra do Riacho (ES, BA e MG) e Guaíba (RS) da Aracruz. Uma equipe de auditores avaliou as áreas corporativas, industrial e florestal durante duas semanas na Unidade Barra do Riacho e uma semana na Unidade Guaíba. O resultado das auditorias apontou que o sistema de gestão da Aracruz apresenta-se maduro e bem estruturado, tendo sido apontadas algumas não conformidades pontuais, além de observações e oportunidades de melhoria. Entre os dias 8 a 12/9 será a vez da auditoria nos escritórios localizados no exterior.” Fonte: Site Aracruz
Veremos a seguir como a gestão da ARACRUZ era madura e eficiente.
“A Aracruz Celulose realizou nesta segunda-feira (24/11), em Aracruz (ES), uma Assembléia Geral Extraordinária de seus acionistas, da qual participaram representantes de 96,5% do capital votante. A assembléia foi convocada para deliberar sobre uma proposta de ação de responsabilidade envolvendo o ex-diretor financeiro da companhia, Isac Zagury.” Fonte: Site ARACRUZ
Continua....
Pois bem amigo blogabilista, para concluir a minha opinião sobre o assunto gostaria de compartilhar meus pensamentos, primeiramente em relação à auditoria e não aos auditores.
ResponderExcluirPenso que o dever da auditoria é fornecer base segura para que investidores não caiam em uma cilada, organizada através de demonstrações financeiras e verificar não somente as contas da companhia, mas sua política de governança corporativa.
Uma empresa que tem uma ação da CVM e seu ex-diretor financeiro, Isac Zagury, sendo, processado por responsabilidade civil e tentado acordo na ordem de R$ 400.000,00 (acordo negado pela CVM), não posso acreditar que a operação tenha ocorrido legitimamente, conforme a legislação e normas contábeis utilizadas na época.
Partindo agora para as empresas de auditoria, nobre amigo, fico com uma pulga atrás da orelha, por que sempre escutamos escândalos sobre estas empresas? Tudo bem que as mídias são sensacionalistas, que muitas notícias são redigidas por leigos, mas quando verificamos sempre encontramos algum diretor sendo processada, alguma ação da CVM contra estas empresas, falta de precisão nos registros contábeis e etc. Daí pergunto-me: Por quê? Não são estas empresas as responsáveis pela exatidão das demonstrações e operações da companhia, por que não comunicar o investidor, pelo menos, com uma ênfase em seu parecer, a respeito do risco envolvido em certas operações, como as de derivativos.
Talvez seja o mal do ser humano em encontrar alguém para jogar a culpa por erro e até fazemos, mas não existe um culpado, todos são. Nenhuma fraude é elaborada somente por uma das partes, todo o universo tem que estar envolvido para que o resultado desejado seja alcançado, por isso os ataques as auditorias.
Os diretores são demitidos dos seus cargos, a empresa continua vendendo e as auditorias continuam auditando, a diferença é que o produto da auditoria é o parecer, a transmissão de confiança ao investidor, que sempre arca com os possíveis prejuízos. Prefiro pensar desta maneira.
Att.
Renan Toledo
blogabilidade@hotmail.com
Concordo com o pensamento do Renan.
ResponderExcluirA grande questão das Auditorias hoje em dia é a sua imagem perante aos clientes e sociedade em geral.
Como profissional contábi demonstro felicidade em ter empresas de serviços contábeis que são gigantes no mundo como as "BIG FOUR".
Elas leveram anos com trabalho duro para chegarem a estas posições de destaque, contudo é importante que elas zelem por sua imagem, pois no meio contábil a integridade é fundamental para distiguir os bons e maus.
Este é o meu pensamento e creio eu da grande maioria dos contadores.
Caros amigos,
ResponderExcluirEntão Renan... entendo que, após estas nossas discussões benfécias, chegamos a um entendimento maior sobre o que acontece no mundo da contabilidade e auditoria... O post inicial do blog não permitia entendermos todo o contexto complexo que é nossa profissão.
Eu já estive do "outro lado da mesa", preparando as demonstrações e fazendo lançamentos contábeis "na unha"... mas nos últimos anos tenho seguido minha carreira em uma firma de auditoria.
O fato é que, por vezes, os auditores também ficam em uma situação desconfortável. No cenário atual, muitas empresas recorrem a práticas que estão submetidas a um elevado grau de subjetividade, práticas que EXIGEM que a administração efetue ESTIMATIVAS, com base nas melhores informações que possuem. Para ilustrar meu ponto de vista... não podemos "brigar" com a administração e sair ressalvando o parecer se achamos que o percentual utilizado pra constituir uma provisão para devedores duvidosos deve ser de 25% sobre todos os saldos, enquanto a administração diz que é 20%... O que podemos é testar a razoabilidade da estimativa que é feita, verificar como a empresa fez para chegar a esta conclusão... mas não dá pra fazer nada, porque temos uma divergência de opinião simplesmente...
Não querendo "puxar a sardinha pro meu lado", mas no Brasil, infelizmente, os melhores profissionais de contabilidade estão nas empresas de auditoria.... As empresas estão se degladiando por aí pra conseguir arrumar algum analista contábil que saiba o mínimo de contabilidade... A coisa tem melhorado nos ultimos anos, mas ainda falta muito...
Por mais que a auditoria seja competente... sempre vai existir o risco relacionado à incompetência generalizada do staff das empresas (eu assumo que já fui um deles)... é cada erro esdrúxulo que eu vejo por aí... fico assustado... mas não temos como revisar 100% dos lançamentos contábeis da companhia...
Creio que estamos vivendo uma época de mudanças intensas na cultura contábil brasileira e internacional... todos nós, sem exceção, precisamos rever nossos procedimentos mais básicos e caminhar cada vez mais na direção da transparência...
Veja bem... a profissão do auditor só existe porque as pessoas não são transparentes... as pessoas não são 100% verdadeiras, intencional ou sem querer... é com isso que temos que lidar todos os dias. Vivendo em um contexto desse, com certeza sempre vão existir momentos em que mesmo os céticos auditores serão enganados...
É uma profissão difícil e desafiadora a do contabilista. Mas enfim, lutamos para a cada dia transformarmos a nós mesmos e melhorarmos nossos processos... mas infelizmente, às vezes, somos lançados à própria sorte.
Deus ajute a todos nós!!
Amigo blogabilista,
ResponderExcluirVerdade nossa profissão é bem dura! Mas vamos continuar lutando pela nossa classe, fortalecendo a profissão perante a sociedade que depende muito dos nossos serviços.
Obrigado blogabilista, pela colaboração e divulgação das idéias neste post, espero que continue postando seus comentários, pois só desta maneira podemos enxergar outros pontos de vista.
Abraço,
toledo.renan@hotmail.com