A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) promoveu seminário, nesta quinta-feira (25), em São Paulo, para discutir os mecanismos de geração de valor nas empresas, que têm objetivo de promover maior competitividade.
Entre os executivos presentes, estava o gerente de relações com investidores (RI) da Ultrapar, Rodrigo Pizzinato. A petroquímica foi eleita a melhor empresa brasileira no quesito criação de valor do prêmio Abrasca, de outubro de 2009.
De acordo com Pizzinato, o diferencial está na disseminação, para todos os funcionários, do conceito “criação de valor”.
“O segredo é tê-lo como um elemento que está no sangue da companhia inteira. Isso faz parte dos nossos processos de decisão e de investimento”, afirmou o RI.
Mesmo diante da crise financeira, que afetou como um todo os setores da economia no Brasil, a Ultrapar gerou 46,33% de valor aos seus acionistas, o equivalente a R$ 2,3 bilhões no segundo semestre de 20009.
Além da Ultrapar, compareceram também ao evento os representantes, principalmente da área financeira, das empresas CTEEP, Eternit, Neovia e Vale.
Apesar do tema estar em evidência entre os altos executivos, as estratégias expostas para alcançá-lo parecem ser velhas conhecidas.
Fluxo de caixa descontado
Entre os mais comuns aplicados pelas empresas estão: fluxo de caixa descontado (FCD) e a análise de múltiplos (P/L, FV/Ebitda, EV/Ebitda, entre outros). No caso do FCD, é necessário calcular qual a receita que um determinado investimento deve gerar, além do impacto que isso terá no fluxo de caixa da organização. Isso tudo, descontado a uma taxa de risco a ser calculada. Se, após esse processo, o valor da companhia for aumentado, o investimento deverá ser feito.
Os cases das empresas presentes ressaltaram também a importância de fortes políticas sócio-ambientais, de transparência e governança corporativa.
No entanto, a área que concentra os maiores esforços para se atingir a tão almejada geração de valor parece mesmo ser a financeira.
“É importante ter uma equipe que faça o cálculo da criação de valor para o acionista, especialmente, se a companhia busca oportunidades de compra no mercado”, ponderou o diretor financeiro da Neovia, Luiz Walter Migueis Silva.
Fonte: Financial Web
Nota do Blogabilidade:
As técnicas de avaliação de empresas estão cada vez mais em evidência, tendo em vista a ainda aquecida onda de fusões e aquisições societárias no mercado brasileiro e mundial.
Além destas ferramentas já citadas - FCD e múltiplos de mercado - existem ainda outras, como: análise da TIR, do VPL, da perpetuidade, taxa de crescimento, etc.
Deve se atentar ao fato de que todas estas análises precisam ser manipuladas e verificadas com muito cuidado pelos financistas e contabilistas pois, ainda que sejam ferramentas matemáticas, contam com um alto grau de subjetividade no que tange à determinação das taxas de descontos a serem utilizadas. Uma prudente mensuração de taxas como o CAPM ou a WACC são fundamentais para uma justa valoração das empresas.
Muitos diretores financeiros são pressionados a aumentar cada vez mais o valor das empresas em que atuam, e é aí onde mora o perigo. Este tipo de custo de agência já é corriqueiro no mundo corporativo. Uma governança bem estruturada ajuda a diminuir este risco para as entidades.
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